A depressão é uma doença que atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Apesar de muitas das pessoas diagnosticadas conseguirem se recuperar depois de um episódio, cerca de um terço deste total precisará percorrer um caminho mais longo. É a chamada depressão resistente a tratamentos, que afeta não apenas a qualidade da saúde mental, mas também a vida financeira do indivíduo e da família, causando impactos econômicos na sociedade.
Apesar de já existirem opções de tratamento para o transtorno, nos últimos anos, a psilocibina dos cogumelos vem se mostrando uma substância eficaz.
Um estudo publicado no periódico Psychological Medicine, pela equipe do pesquisador Paul McCrone, da Universidade de Greenwich, na Inglaterra, comparou o custo-benefício da psicoterapia assistida por psilocibina com medicações convencionais, terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a combinação entre medicações convencionais e TCC.
Os pesquisadores estipularam um modelo de seis meses para analisar os tratamentos, considerando que o período de tempo inicial do modelo é a fase aguda da depressão que dura seis semanas, após as quais há uma fase de acompanhamento de vinte semanas.
“Presume-se que os pacientes concluirão ou abandonarão o tratamento. Se eles concluírem, presume-se que eles podem tanto ter alcançado a remissão dos sintomas e respondido ao tratamento, quanto não alcançado a remissão ou não respondido”, explicaram os pesquisadores no artigo. “Para os pacientes que desistem, presume-se que não haja resposta ao tratamento, mas pode haver remissão espontânea, melhora sem remissão ou sem melhora. Durante a fase de acompanhamento, os pacientes que obtiveram melhora em remissão ou sub-remissão podem recidivar ou continuar em seu estado de saúde melhorado.”
Para avaliar o custo-benefício das opções de tratamento, os pesquisadores criaram “valores para a probabilidade de ocorrência de eventos, os custos das opções de tratamento e eventos subsequentes (por exemplo, resposta, remissão) e os resultados dos eventos em termos de escores de qualidade de vida”. Os valores dos parâmetros usados no modelo podem ser vistos na tabela do estudo.
Assim, de acordo com a análise, foi possível concluir que a psilocibina tem o potencial de ser uma terapia econômica para depressão grave. “A psilocibina mostrou-se econômica em comparação com outras terapias quando o custo do suporte do terapeuta foi reduzido em 50% e o preço da psilocibina foi reduzido de seu valor inicial para um valor entre £ 400 (cerca de R$ 2500) a £ 800 (R$ 4900) por pessoa”, escreveram os pesquisadores, reforçando que mais dados a longo prazo são necessários para melhorar a base de evidências. “É essencial entender melhor para quem o medicamento deve ser priorizado em termos de resistência ao tratamento e quanto suporte do terapeuta é necessário”.
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Imagem: StockSnap/ Pixabay