Os psicodélicos podem tratar a síndrome pós-Covid? Uma reportagem da revista Time, escrita pela jornalista Jamie Ducharme, procurou responder a essa questão, baseada nas histórias de pacientes que apresentaram resultados positivos e pesquisas que devem ser realizadas.
A matéria traz o caso de Ruth, que sofreu de pós-Covid por mais de um ano, apresentando problemas de saúde como falta de ar, cansaço e fadiga, mesmo depois da eliminação do vírus. Para tentar aliviar seus sintomas, ela usou cogumelos, já que conhecia a pesquisa sobre seus possíveis benefícios terapêuticos.
Como escreveu a jornalista, essa única viagem foi transformadora. Na manhã seguinte, Ruth já apresentava uma respiração mais fluida e frequência cardíaca normal. Seu período menstrual também se estabilizou e a neblina mental e disfunção motora que sentia desapareceram.
De acordo com a reportagem, existe um crescente interesse de pesquisadores em pesquisar casos como o de Ruth. O Dr. Joel Castellanos, da Universidade da Califórnia é um exemplo. Segundo ele, há muitos relatos de pacientes com pós-Covid que já experimentaram ou têm interesse em experimentar psicodélicos. Em muitos casos, as melhoras são muito significativas. No momento, Castellanos trabalha em um estudo de caso.
A Dra. Sue Sisley, que pesquisa psilocibina no Instituto de Pesquisa Scottsdale, em Phoenix, acredita que a psilocibina dos cogumelos pode ajudar pacientes com pós-Covid, estimulando novas conexões neuronais e o crescimento de tecidos no cérebro, reduzindo a inflamação em todo o corpo. Recentemente, ela aconselhou a inclusão da pós-Covid no projeto de lei que deve direcionar US$ 30 milhões para pesquisar o potencial terapêutico da psilocibina para 13 diferentes condições.
Segundo Charles Nichols, professor de farmacologia na Escola de Medicina da Universidade Estadual da Louisiana, alguns psicodélicos têm efeitos anti-inflamatórios em roedores. Se o mesmo se provar verdadeiro em humanos, de acordo com o especialista, é lógico pensar que os psicodélicos podem trazer algum alívio para pessoas com pós-Covid.
Por enquanto, apesar dos resultados positivos, não é possível afirmar categoricamente que os psicodélicos sejam eficientes no tratamento da síndrome. Como destacou Sisley: “Estamos lidando com medicamentos psicoativos muito poderosos. As pessoas precisam proceder com imensa cautela”.
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