Imagem: Reprodução
O jornal O Globo evidenciou os benefícios do tratamento com cetamina para depressão resistente e ideação suicida, em matéria com destaque de capa. Além de pesquisas recentes sobre o tema, a reportagem assinada pela jornalista Evelin Azevedo traz uma entrevista com o Dr. Bruno Rasmussen, diretor médico da Beneva e pioneiro nos tratamentos psicodélicos no Brasil.
A jornalista lembra que a cetamina, um psicodélico não clássico, é usada como anestésico desde a década de 1970. “Com o uso da substância anestésica, percebeu-se que ela tinha também um efeito positivo no humor”, afirmou Rasmussen. “Estudos comprovaram essa melhora e hoje existem clínicas de cetamina aqui no Brasil e em vários lugares do mundo, principalmente nos Estados Unidos e Canadá, onde viraram uma grande onda. Esses ambientes recebem pacientes com diagnóstico de depressão resistente ao tratamento, ou seja, aqueles que já fizeram outros tratamentos, mas que para eles não funcionaram.”
Em clínicas do tipo — que já existem em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina — os pacientes são monitorados e recebem todo o suporte para a aplicação endovenosa da substância, em sessões que duram cerca de 50 minutos. A reportagem destaca que, para o tratamento completo, no total, são necessárias de 6 a 8 sessões, que custam entre R$ 1500 e R$ 2000, cada.
Como explicou Tiago Gil, diretor-médico do Centro de Cetamina, em São Paulo, uma das hipóteses para a causa da depressão é o excesso do aminoácido glutamato no cérebro. De acordo com ele, a cetamina funciona bloqueando o receptor do glutamato, o NMDA, promovendo ainda o crescimento de conexões entre os neurônios, o que ajuda a reduzir os sintomas da depressão.
Além do tratamento para a depressão, a reportagem lembra que a cetamina também pode ser um caminho para a prevenção do suicídio. De acordo com uma pesquisa publicada em setembro no Journal of Clinical Psychiatry, metade das pessoas com ideação suicida que participaram do trabalho deixaram de apresentar estes sintomas seis semanas depois das seis infusões.
Diferente da aplicação do spray nasal de cetamina, conhecido como escetamina, que teve o uso aprovado pela Anvisa em 2020, as infusões de cetamina — como as realizadas na Beneva — são permitidas legalmente para uso off-label, ou seja, apenas depois do tratamento com medicamentos tradicionais, e devem ser indicadas por um psiquiatra responsável. De acordo com a bibliografia científica disponível, ambas as formas são rápidas e eficazes no tratamento de transtornos mentais.
Leia a reportagem completa do jornal O Globo neste link.
Imagem: Reprodução.