Diversos métodos distintos têm a capacidade de provocar uma mudança no estado de consciência. Isso inclui abordagens farmacológicas, como o uso de substâncias psicodélicas, e técnicas não farmacológicas, como a meditação e a hipnose. Embora muitas vezes se acredite que essas práticas tenham efeitos semelhantes no cérebro, uma pesquisa divulgada no periódico Biological Psychiatry revelou uma conclusão distinta dessa ideia.
A partir de “Ressonância Magnética Funcional no estado de repouso” (rs-fMRI, na sigla em inglês), pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, compararam informações dos cérebros de pessoas que usaram LSD e psilocibina com as de praticantes de meditação e hipnose.
“Combinamos quatro conjuntos de dados diferentes que foram coletados no Hospital Universitário Psiquiátrico de Zurique usando o mesmo scanner de ressonância magnética”, explicou a pesquisadora Nathalie Rieser, ao Medical Xpress. “Para os estudos psicodélicos, incluímos participantes saudáveis que posteriormente receberam psilocibina, LSD ou placebo, enquanto os estudos de meditação e hipnose foram conduzidos com participantes que eram especialistas no respectivo campo para garantir que pudessem atingir o estado em uma máquina de ressonância magnética.”
Com base nas descobertas da pesquisa, é possível que algumas pessoas relatem experiências ou sentimentos comparáveis sob esses distintos estados de consciência, mas o impacto no cérebro não reflete essa semelhança. Enquanto o LSD e a psilocibina podem resultar em padrões de atividade cerebral similares, a meditação e a hipnose não. Isso indica que essas abordagens possuem mecanismos de ação subjacentes distintos e, consequentemente, exercem efeitos cerebrais gerais diferentes.
Os resultados da pesquisa indicam ainda que tanto os psicodélicos quanto as abordagens não farmacológicas podem ter efeitos terapêuticos complementares, mas não são mutuamente substituíveis. Os cientistas sugerem que estudos futuros podem explorar suas respectivas vantagens e benefícios singulares, abrindo caminho para o desenvolvimento de novas e promissoras estratégias terapêuticas para condições psiquiátricas.