A dor crônica é uma das principais causas de sofrimento e incapacidade, e está frequentemente associada a complicações psiquiátricas. De acordo com a OMS, 30% da população do planeta convive com condições do tipo, que podem se expressar através de dores musculares, na lombar ou cefaléia, por exemplo. Além do bem-estar, a dor crônica afeta também os relacionamentos, podendo contribuir para o surgimento de transtornos como depressão, ansiedade e uso abusivo de substâncias.
Para obter alívio, nos últimos anos, muitas pessoas têm recorrido ao uso de substâncias psicodélicas, como o LSD e a psilocibina, os quais têm mostrado resultado positivo em evidências primárias.
Mas os psicodélicos podem, de fato, melhorar as dores crônicas? Para avaliar, pesquisadores da Universidade de Maastricht, na Holanda, e da Fundação Beckley, na Inglaterra, analisaram, através de um questionário, respostas de pacientes com fibromialgia, artrite, enxaqueca, dor de cabeça do tipo tensional e ciática, que passaram por experiências psicodélicas.
De acordo com os resultados do estudo publicado no periódico European Journal of Pain, os psicodélicos ofereceram mais respostas positivas do que a medicação convencional em todas as condições tratadas, com exceção da ciática. Os cientistas avaliaram ainda que as microdoses levaram a um alívio significativamente melhor em comparação com a medicação convencional nas enxaqueca, e alcançou alívio comparável nas três condições restantes.
O artigo alerta que ainda é preciso formar uma imagem mais clara dos mecanismos dos psicodélicos em relação às dores crônicas, sugerindo que pesquisas futuras deverão focar na construção de estudos clínicos que permitam controle de doses, cronogramas de dosagem e monitoramento de medidas biológicas e psicológicas.
Veja aqui o estudo na íntegra.
Imagem: Pexels/ Los Muertos Crew